Embora homens e mulheres tenham a mesma necessidade de conhecimento financeiro para tomar decisões adequadas para eles próprios e para suas famílias, as mulheres, em geral, têm pouco conhecimento na área e baixo acesso a produtos financeiros, em comparação aos homens. É o que indica o estudo Adressing women’s needs for financial education, publicado pela International Network on Financial Education – INFE, rede criada no âmbito da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE e que reúne 240 instituições públicas em mais de cem países.

Por outro lado, cabe às mulheres, comumente, a responsabilidade primária pela criação dos filhos e pelas decisões diárias sobre a alocação do orçamento familiar. Elas assumem, assim, papel relevante na transmissão de hábitos financeiros para as crianças. Em consequência, precisam de conhecimentos financeiros não só para si próprias, mas para formar as futuras gerações.

Elas também enfrentam maior risco financeiro na velhice, considerando que vivem mais, têm menor participação no mercado de trabalho e ganham cerca de 15% a menos que os homens.

O estudo aponta as mulheres jovens, as viúvas e aquelas com menor escolaridade e de baixa renda como as de menor conhecimento financeiro.

Há evidências de que diferenças de gênero no conhecimento e no comportamento financeiro, em especial no hábito de poupar, estão em parte relacionadas às diferenças socioeconômicas entre homens e mulheres. Ou seja, os pontos fracos financeiros das mulheres se relacionam às maiores restrições que elas enfrentam no acesso a oportunidades econômico-financeiras.

O desafio que se impõe é adotar políticas que estimulem o fortalecimento do bem-estar financeiro das mulheres, criando oportunidades de acesso ao conhecimento e à igualdade de renda.